1 – Como se consegue alcançar o sucesso e manter-se num mercado dominado por ritmos como o reguetón?
O sucesso musical é muito relativo. Para mim, reside no prazer pessoal e em conseguir emocionar o público independentemente do estilo de música que faças.
Do ponto de vista comercial, há uma realidade: parece que se não fizeres reguetón, ficas de fora do grande público, embora se aprofundares um pouco, surgem novos artistas e também consagrados que fogem ou transcendem o que é chamado de “comercial” e constroem e cuidam da sua comunidade sendo únicos. No meu caso, acredito que sempre foi fundamental crescer com base no esforço, em cuidar e fidelizar todas as pessoas que apreciaram a minha música e isto é um trabalho de conteúdo, constância e agradecimento a cada um dos meus seguidores.
É muito satisfatório atuar fora das nossas fronteiras e sentir a admiração do público em países como os Estados Unidos, França, México ou Israel e ter conseguido algo que parecia impensável há apenas alguns anos, e é que a partir de hoje, temos quase 1.000.000 de seguidores somando todas as redes sociais e novos ouvintes que descobrem a minha música diariamente. Isto é algo que te motiva a continuar a esforçar-te e a continuar a criar.
2 – Para que tipo de repertório está a sua carreira a direcionar-se? Porque é bem conhecida a sua capacidade para abordar diferentes repertórios e géneros.
Gosto de inovar e continuarei a fazê-lo, abrindo novos horizontes. Tenho a sorte de ter nascido em Córdoba e de ter sentido profundamente esta nossa arte desde pequeno. O flamenco atual dá-me vida para criar e inovar com diferentes estilos. Há um caminho tão amplo que penso desfrutá-lo ao máximo, porque a sensação de criar algo novo, algo nunca visto, é incrível. Atualmente estou a trabalhar no estúdio de gravação e posso adiantar-te que estou a fundir o tango argentino com o violino flamenco e estou a gostar imenso.
3 – A maioria dos teus seguidores são mulheres, embora seduzas todo o tipo de público de diferentes setores e idades. Qual é o segredo?
Tentando ser eu mesmo e fiel à minha música. Acredito que é a forma mais autêntica de chegar às pessoas e alcançar aquilo que parece tão efémero e que ao mesmo tempo é tão difícil, como é emocionar através de uma melodia, um arpejo ou um acorde. Paco de Lucía dizia que para ele o importante era que a sua música lhe agradasse a ele mesmo, sem se importar com o que os outros pensavam. Embora já saibamos da admiração dos amantes da música pela obra do Mestre. Irrepetível.